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A OBRAMAT não é um modelo melhor que o modelo do armazém de materiais de construção

Ramon Capdevila, Diretor de Jornal dos Armazéns


No fim do ano passado, a cadeia francesa Bricomart anunciava a mudança de nome para Obramat. Um simples movimento de letras no nome, mas eficaz, dado que se desprende da palavra Brico e põe a tónica na palavra Obra. Desta forma, e em caso de dúvidas, afasta-se do âmbito da bricolage para consolidar ainda mais, se assim se pode dizer, a estratégia para o profissional da construção, mantendo o ambicioso plano de expansão para os próximos anos com aberturas de pontos de vendas em zonas que considera em crescimento. Uma destas zonas é Portugal, onde a cadeia prevê a sua primeira abertura no segundo semestre do 2024.

 

Eu sempre pronunciei a ideia de que, realmente, a principal ameaça dos armazéns de materiais de construção é a Obramat. Evidentemente, também o são a Leroy Merlin, a Saltoki, Bricodepôt, etc.; mas é a Obramat quem ataca diretamente o nosso modelo de negócio e a nossa linha de flutuação: o profissional. 

 

Perante este cenário de futuro, o que é que o armazém tradicional pode ou deve fazer? Pôr também o foco, realmente, no cliente profissional (aspeto este que muitas vezes não está muito claro para nós) e utilizar o nosso grande ativo: o de sermos um negócio de proximidade e, portanto, podemos e devemos estar muito perto e muito atentos aos nossos clientes e às nossas áreas de influência. Para dar um exemplo, há armazéns com um posicionamento comercial focado só no profissional ou através do profissional (talvez nem todas as áreas geográficas permitam este posicionamento).

E outra coisa também muito importante e que a Obramat sabe fazer muito bem: uma política e estratégia de preços e de produtos muito estudada, sobretudo nos produtos orientados para o profissional: basicamente em produtos de material de obra e expositores de ferragens. 

 

Por si só, a Obramat não é um modelo melhor que o modelo dos armazéns de materiais de construção; é simplesmente um "monstro" que pertence ao Grupo Adeo, que é outro "monstro" e, claro, sabe gerir muito bem toda a cadeia da distribuição. Mas nós temos as nossas cartadas e temos de saber identificá-las e pô-las a valorizar. A convivência é inevitável.

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